segunda-feira, 2 de junho de 2008

"Somos jovens e queremos mudar o mundo" - 1968



O ano de 1968 foi marcado por conflitos entre velhos padrões e novos desejos. Segundo Daniel Cohn-Bendit, líder estudantil da época, “1968 foi um momento, em muitos países, de muitas rupturas, um brecha que se abriu e descobrimos um outro céu. Um outro campo do possível”. Frases como: “é proibido proibir”, “faça amor, não faça guerra”, impulsionavam os adolescentes da época a luta pelos direitos tão reprimidos pelos velhos padrões e tão desejados pela nova geração.
......O mundo, marcado pela Segunda Guerra Mundial, Guerra Fria, Guerra no Vietnã e ditaduras, viu nos jovens a possibilidade de uma nova era. Um desejo, talvez guardado há anos, explodiu, tornando 1968 um ano histórico, um ano de guerra. A guerra de uma nação jovem por direitos fundamentais que mudaram o rumo da história. Peter Schneider, líder estudantil de 1968, comenta, “De repente explodimos aquela redoma de vidro que ficava sobre nós. Eis a experiência fantástica da rebelião”.
......Se 1968 não tivesse existido, uma das possibilidades do agora seria a de um mundo reprimido, dominado por uma autoridade cruel, sem direitos. O homossexualismo continuaria sendo doença e a mulher impregnada ao fogão. Ou, talvez ainda, um não-mundo. “Nós estávamos sufocados um sentimento de tédio, de moralismo, de non-sense... Foi uma revolta existencial”, aponta Jean-Pierre Le Goff, filósofo. Os jovens de 1968, com sua coragem e moralismo, ajudaram a desenhar um mundo um pouco menos imperfeito.
......Ao contrário da pacata época que vivenciamos, 1968 foi um ano em que um grupo de pessoas, os jovens, foram à luta e fizeram a diferença.
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Ainda não sei colocar video aqui. Então, por enquanto, aqui está o link do Arquivo N, uma série especial da Globo News sobre 1968.
Uma ótima série para nos levar a reflexão e a pensar que tipo de jovens somos e que tipo de mundo estamos construindo. Somos jovens e QUEREMOS mudar o mundo?
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O interesse por 1968 surgiu nas aulas do Olímpio, em um projeto sobre esse ano. Onde o estudamos depois de 40 anos.

Um belo engano (Conto)


Outono. O amarelar das folhas deixava Lindanópolis ainda mais linda. Eram oito horas e o nevoeiro do amanhecer ainda banhava as ruas da Avenida das Maravilhas. João Antonio, no seu ritual matinal, já estava a caminhar pelas calçadas, que recebiam um tom bem mais rústico devido à presença do outono. Eram feitas com paralelepípedos. Nas ruas, casas sofisticadas, ao estilo medieval, e alguns poucos comércios.
João Antonio sempre saía no mesmo horário. Não podia esperar. Não porque o café esfriaria, pois a cafeteria para onde estava indo sempre servia o café fresquinho. Mas porque o que o fazia ele não se atrasar e tomar o mesmo café todos os dias era poder ver sua bela vizinha de quarteirão, Carla.
João morava a um quarteirão dela. Saía quinze minutos antes do qual Carla costumava passar por lá. Às vezes até esperava, mas não atrasava nenhum dia. João nem sabia o nome de Carla. Nunca ao menos olhara em seus olhos. Mas sempre a seguia. A fascinação que sentia era inexplicável.
Carla saiu de casa, João disfarçadamente, andando o mais devagar possível para não ultrapassa-la, a seguiu. Ela usava uma roupa típica da estação, digna de aplausos. Soube combinar devidamente todos os acessórios. Estava esplendida. João olhava aqueles cabelos dourados, balançado levemente, ao ritmo de seu caminhar delicado. Aquela era a mulher de seus sonhos.
Tudo começou quando João tinha uma entrevista de emprego numa empresa que ficava ao lado da cafeteria, ele nunca tinha ido lá até aquele dia, João não foi admitido. Ao sair, desolado pela derrota, resolveu tomar um café na Cafeteria Encanto. Ele nunca tinha ido lá até aquele dia. Mas já tinha ouvido lar, era considerada a melhor de Lindanópolis. Ele iria entrar, quando viu uma bela moça sair. Foi como se João estivesse entrado em estado de choque, como se Carla o tivesse enfeitiçado. João nem percebeu, mas não conseguiu parar de olhar para ela. Resolveu segui-la e, desde então faz o mesmo todos os dias.
Carla sempre caminhava pela Avenida das Maravilhas, que ficava a três quarteirões de sua casa, para poder saborear os quitutes da Cafeteria Encanto. Ela nunca tinha notado que João a seguia. Tinha mais coisas para admirar, como a bela Avenida de Lindanópolis.
Só faltava um quarteirão para chegar à cafeteria. João continuava hipnotizado. Olhava, atentamente, o andar de Carla, suave como uma canção de ninar. Olhava as folhas secas, desgarrando-se das árvores, uma a uma, num movimento característico, até repousarem ao lado de seus delicados pés.
Ela entra na cafeteria, senta no mesmo lugar de costume. Pede o de sempre: capuccino com cookies de avelã. João senta no lado oposto. Sem tirar os olhos dela, pede um café bem forte. Continuava a observá-la. Via seus lábios, rosados, carnudos, encostarem levemente a xícara. Seu coração estava a mil. Suas mãos suavam e os joelhos tremiam. Ele queira beijá-la, amá-la, mas não podia. Nem ao menos sabia como.
De repente, Carla olha na direção de João, que se desespera. Era a primeira vez que via aqueles lindos olhos, verdes, redondos. Ele percebe que ela está nervosa. Parecia que ela sabia, que sentia o mesmo. Parecia ansiosa, seus joelhos tremiam. João não sabia o que fazer. Era a sua chance Será que ela queria o mesmo? Ele não tinha certeza, mas aquela troca de olhares trouxe esperança. Ele a viu olhando fixamente, sem desviar ao menos uma vez, em sua direção. Não podia acreditar. Numa atitude involuntária, João levantou-se, dirigiu-se até Carla - seu corpo estremecia, quanto mais perto chegava mais sentia a respiração dele e dela ofegante. Não podia ser. Não era o amor platônico que pensava. João se via a cada passo mais convencido de que era um amor de verdade, amor correspondido. João chegou tão perto que escutou o coração de Carla acelerado, até mais rápido que o dele. Carla o olhou com ar de medo. Suas mãos tremiam. Segurou fortemente sua mão, estava fria, gelada. Ele não podia acreditar naquilo. Era a melhor coisa que poderia acontecer na vida dele. Carla desabou em seus braços. João ficou louco. Ele realmente não poderia acreditar. A mulher dos seus sonhos estava ali, em seus braços, morta.

segunda-feira, 26 de maio de 2008


Como tudo tem sua primeira vez, chegou a hora de eu ter um blog. Talvez não saia como o planejado, mas a tentativa está aqui.
Esse é o primeiro post, como se percebe. Portanto a todos, que por acaso passarem por aqui, sintam-se: BEM VINDOS!!!
O que me levou a fazer este blog foi uma exigência do professor de Criatividade e Inovação (Olímpio Cruz -
http://ambulatoriodefocas.blogspot.com/) para que pudesse ter acesso a nossos textos. A idéia é legal, estou gostando. Apesar de ser leiga no assunto, não custa nada tentar.
Aqui você vai encontrar alguns textos produzidos por mim durante o curso de jornalismo. Talvez, com o tempo e a experiência, eu coloque outros.
O nome do blog eu escolhi por um acaso, foliando um dicionário. Não é a maneira mais aconselhável, mas adorei e acho que deu certo.

Gnose é substantivo do verbo gignósko, que significa conhecer. Gnose é um conhecimento que brota do coração de forma misteriosa e intuitiva. É a busca do conhecimento, não o conhecimento intelectual, mas aquele que dá sentido à vida humana, que a torna plena de significado, porque permite o encontro do homem com sua Essência Eterna.
Fonte:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Gnose

Sendo assim, Gnose é o nome adequado para este blog, meu primeiro blog. Um analfabeto funcional que de cada post fará uma gnose.